Uma agradável surpresa no caminho de Paris para Provence.
chegar
Uma maneira natural de chegar a Lyon é descendo de Paris. São 466 km de boa estrada para o carro ou no trem TGV. É ponto de passagem natural para uma viagem de Paris à Provence. De carro não chega a quatro horas de estrada. No TGV são menos de três horas. Mais ou menos no meio do caminho, há a cidade de Beaune, terra dos vinhos da Borgonha. As pequenas encostas apresentam belos vinhedos. Uma bonita e tranqüila viagem.
Lyon é a segunda cidade da França em área urbana e é o segundo maior município. Dois rios atravessam a cidade e quase se tocam: o Rhône e o Saône.
dormir
Recomendo se instalar no bairro da Velha Lyon (Vieux Lyon). Talvez ficasse melhor chamar de Lyon Antiga ou Lyon Velha, fiquemos com “Velha Lyon”. Os passeios a pé por ali são suficientes para atender a uma estadia rápida de dois a três dias. O bairro é belíssimo. Cheio de lojas e restaurantes interessantes. A Rue Saint-Jean é a espinha dorsal de um conjunto de ruelas deliciosas para serem exploradas.
Fiquei no Hotel Saint Paul (veja no mapa), no centro da Velha Lyon, na continuação da Rue Saint-Jean. Muito bem situado, com quartos simples. É possível obter bons preços. Consegui 70 euros de diária, na baixa estação. Acreditem, é preço justo se pensarmos apenas na boa localização do hotel.
passear
Uma boa opção de viagem é partir de Paris num sábado de manhã, de trem ou carro, e seguir para o sul. Chegando a Lyon, deixar mochilas no hotel e sair para bater perna. Na Velha Lyon encontra-se a magnífica igreja de St. Jean. A arquitetura lionesa se distribui pelos prédios, com típicas escadarias externas e passagens entre as ruas por dentro dos edifícios.
A Velha Lyon fica embaixo da colina chamada Fourviére. Um funicular nos leva ao alto onde fica a Basílica de Fourviére e a praça com vista panorâmica para a cidade. Passeio inevitável.
Atravessei a ponte sobre o Rhône, e andei do outro lado do rio, mas fiquei mesmo foi explorando a simpática Velha Lyon.
comer
Uma maneira de conhecer a culinária de Lyon é aproveitar a feira do domingo e experimentar de tudo. Tem variedade e qualidade. Seja um bom vinho ou mesmo uma salada para consumir em casa, passando pelos maravilhosos frios lioneses, a feira é uma festa. Entre os frios, não esquecer de consumir o Rosette e o Jesus, dois clássicos dos salames locais. Se você vai seguir viagem para Provence na tarde de domingo, compre o lanche para a estrada. O pão para os sanduíches também é vendido na dita feira e são ótimos. A foto abaixo dá uma ideia da qualidade da charcuterie que a feira oferece.
Na noite de sábado, antes do jantar, visitamos um lugar especial, a Cave des Voyageurs (veja foto mais abaixo, veja no mapa). Eu descreveria como um boteco francês. Ao invés de cerveja ou cachaça, escolhe-se o tipo de vinho que se quer experimentar, quero dizer, que se quer beber, e nos servimos de uma taça. Depois, que tal um outro mais frutado? E por aí vamos, bebendo, acompanhando o vinho com queijos e frios locais. Inesquecível. Agora (eu não conhecia antes) há uns queijos preparados como pequenas porções, especialmente para acompanhar o vinho, que são ótimos. Fui apresentado ao Coteaux de l’Aubance (da classe das colheitas tardias, como o Sauterne). Coisa fina! A brincadeira na Cave dos Viajantes é difícil de interromper. E ainda tínhamos um jantar a cumprir. Resistimos e saímos.
Para o jantar, escolhemos o Aux Trois Maries, um bom “bouchon lyonnais”, como se chama a cozinha típica local. Ele fica na encantadora Place de La Baleine. Decidimos pelo Menu Gourmet (mais caro, cerca de 40 euros), passando por foie gras e delicioso risoto. Um crème brûlée e uma Île Flottante (ovos nevados) fecharam como sobremesa. O vinho do Rhône funcionou como complemento etílico aos trabalhos iniciados na Cave des Voyageurs.
O foie gras é o fígado inchado de ganso, obtido através do método de alimentação forçada.
Esta provoca uma distorção no corpo dos animais e um fígado sete vezes maior que o normal.
Dezasseis dias antes da matança e a partir daí diariamente, um funil de mais de 40 cm de comprimento é empurrado pelo pescoço abaixo dessas aves.
É então forçada pela garganta abaixo do animal à máquina ou à mão uma quantidade de cereais misturados com gordura que seria equivalente a um ser humano ingerir 12,6 Kg de massa.
A partir do décimo segundo dia este processo é repetido de três em três horas, ou seja, oito vezes por dia.
Por esta altura o corpo do animal já está completamente deformado, não se consegue mexer e respira com dificuldade.
Os ratos aproveitam-se do facto dos animais não se mexerem para se alimentarem deles.
O sofrimento infligido aos gansos para obtenção do foie gras (que é um mero, embora muito caro, aperitivo) é altamente condenável.
Gostei do post, morei nessa cidade quase 3 anos e é muito bom ver as fotos. Se der da uma passada no meu blog pra ver o meu posta também : http://www.destinodeviagem.com.br/turismo-em-lyon-franca/